sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Subjuntivo ou dramático


Restavam alguns dias na vida
Antes que ela não ligasse
Ou não dissesse que vinha
Ou simplesmente não viesse

Se eu não pensasse nela
Fingisse que não a via
Cruzando nalguma avenida
No meio de meu pensamento
Eu vivia mais brando

Mas nas tripas que escorrem da espera
Envolvo minh’alma e o pescoço
E sonho e me enrosco nas canelas
Na morte e beleza daquela

Se eu vivesse a certeza
De que ela nunca ligasse
Ou não me esperasse num ponto
De ônibus do meu disparate
Eu desistia da espera
Parava de andar de ônibus
E ou amava outra mulher

Mas se de fato acontece
E a tal daquela me esquece
Ligando-me de repente
Dizendo-me umas e outras
E entre estas que não quer mais

Tranco-me um mês num quarto
Mato primeiro minha alma
(que é pra não sofrer profundo)
irado Subo num prédio
Passo do sétimo andar
E me taco
Juro que me taco.

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