
Restavam alguns dias na vida
Antes que ela não ligasse
Ou não dissesse que vinha
Ou simplesmente não viesse
Se eu não pensasse nela
Fingisse que não a via
Cruzando nalguma avenida
No meio de meu pensamento
Eu vivia mais brando
Mas nas tripas que escorrem da espera
Envolvo minh’alma e o pescoço
E sonho e me enrosco nas canelas
Na morte e beleza daquela
Se eu vivesse a certeza
De que ela nunca ligasse
Ou não me esperasse num ponto
De ônibus do meu disparate
Eu desistia da espera
Parava de andar de ônibus
E ou amava outra mulher
Mas se de fato acontece
E a tal daquela me esquece
Ligando-me de repente
Dizendo-me umas e outras
E entre estas que não quer mais
Tranco-me um mês num quarto
Mato primeiro minha alma
(que é pra não sofrer profundo)
irado Subo num prédio
Passo do sétimo andar
E me taco
Juro que me taco.
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