quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sereias e Marujo

1º Ato

Sereias, sirenas
que me olvidaram o caminho,
desorientaram as estrelas.

Tão lindas
Tão serenas e amigas
que levaram meus navios às pedras.

Sereias,
a quem dei anos,
a quem dei filhos.

Sereias todas
Miragem, temor
e ainda não amor.

E não tu,
mulher do horizonte,
porto de minha felicidade.

2º Ato

Marujo infiel,
admites,
reconhece.

As moças que afogaste,
que não eram miragens.

Sem caldas, seus corpos amanheciam nus,
arroxeados,
mortos.

Nas praias,
rolavam tristes na espuma.

Admites,
quando tocava a moça do horizonte,
quando a provava
e ainda se perdia em horizontes,
se despedia.

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