quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Curta-poema-canção Copan 28º


Câmera na testa, Copan 28º. Deitado estático, ventilador ou algo que demonstre estar filmando. 5 segundos, inspiração funda, pigarro. Move a câmera, ficando de pé. Mostra uma agitação de amigos, em volta. Agitados, mas como se não produzissem som. Pego a direita, venho do sofá cinza, corredor, passos. Atravesso a cozinha, esbarro em algo, não ligo: pareço estar apertado. Pau pra fora pela braguilha, jôrro forte. Já olhando a paisagem, do alto, linda e terrível. Suspiro e solto os primeiros saudosos versos do “Frevo número dois de Recife”. Sob a percussão do mijo na água embalo o restante, até o fim. Na volta no corredor silêncio e passos. Os amigos continuam agitados e em off. Volto para posição anterior e vem a Bethânia rasgando o frevo! O Único ruído do mundo é um “Frevo número dois de Recife”. Olho para os amigos, volto para posição. E sobem os créditos.

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