
E como se o vazio que me espreita,
desde sempre,
me agasalhasse por completo.
Nessa manhã,
como se eu acabasse finalmente,
pro mundo em torno.
E a tristeza,
mãe de todos os meus filhos –
exceto um –
deitasse sobre mim,
nua.
E me desnudasse.
E o sentimento do erro,
confrontado ao erro mesmo.
De tudo pra trás e pra frente, pro fundo,
matasse de vez meus acertos,
meus sonhos
todo o futuro e até as lamúrias.
E a morte
que sadicamente só me conduzirá mais tarde,
no ocaso do corpo,
me acompanhasse com suspiros e enleios.
Em sopros de uma vida escura
Em lágrimas que não caem
Em amores que escorrem e não vingam.
E finalmente,
Compreendi.
Nessa manhã.
Minha predestinação.