Chuva incógnita que desce do além,
que estropia o passo que eu lançava adiante.
Mas que é doce, mansa e serena e vem
Beijar-me a galope, inda ofegante.
Sob escombros de dilemas ancestrais,
porcelana d’um riso aberto e oculto.
Casa abandonada, olhos de vitrais,
joelhos feridos de tropeço e insulto.
Quimera de tristeza e gargalhada.
Um canto de mil anos vem no vento,
torna nossa mão esgrima estabanada.
Faz dos nossos males de fel, ungüento.
Jorra sonhos em sangria desatada.
Será que essa explosão no peito agüento?